Como o peixe
Tendo por casa um lago bem cristalino
Vive o peixe só nadando, tão inocente
Pois nada sabe sobre seu cruel destino
Por isso medo do porvir nunca sente
Se na ponta dum fio longo bem e fino
Há uma isca que o fere inconsciente
Ficando enroscado ao anzol do ladino
Da sua casa é retirado abruptamente
Assim é o sem terra, pobre e coitado
Nas campanhas políticas é orientado
Para votar, mas aí tem o mesmo azar
Antes do pleito é só festa e cantoria
Mas depois acaba toda a sua alegria
Pois vem a polícia para lhe despejar.
jmd/Maringá, 30.08.10
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