Se uma ave viesse, trazer-me o ar que me falta, ressuscitaria nos braços do nada que me acompanha. Se um corpo nascesse nas cores de um céu negro, sonharia ilusões, manchadas com sangue e transtorno. Agora minha Alma descansa em terras do infinito, revolvem-se, em gritos, os lírios nas eiras. Os campos estão floridos. Cantem-me uma canção para que embale e não mais morra. Se uma ave viesse, confundir meu coração, me dissesse do sentimento, me saciasse a carência, amarga, libidinosa. Quando quis, não me quiseste, quando me quiseres, já não te quero. Sou assim, ave que não vem, dor que não acalma, chama que não arde.