Não me embriago com o forte vinho
Nem com a sidra de doces maçãs
São os teus olhos – as duas romãs
Que embebo com gestos de carinho
Não preciso de tantas jóias brilhantes
Nem quero utensílios de fina prata.
É os teus olhos – a riqueza exata
Que guardo em cofres de diamantes.
Os teus olhos tão belos, querida
São memoriais no córtex do meu juízo
Se eu perdesse os sonhos ou a vida
E ainda os detivesse em meu poder
Não me importaria pelo vão prejuízo
E ainda exultaria de gozo e prazer.
José Anchieta