Não mais, não mais
essa vida de indigente
maltrapilho que não tinha mão
na sua vida,
e que não se comprometia com nada.
Não mais é o tudo que digo
para afirmar minha certeza
em conluio comigo próprio
e com minha alma
corrompida pelo algoz da seringa.
Não mais, não mais
essa enfermidade a corroer-me
por dentro e por fora
compenetrada no seu prazer
momentâneo e efémero na sua consistência.
Hoje sou livre
e não mais perderei a liberdade
que consegui com muita dor
e sofrimento
mas de olhos postos no horizonte ao largo.
Jorge Humberto
27/08/10