Escrever é um acto solitário
só quem escreve sabe dessa solidão
mas consoante os versos vão
surgindo, o poeta sente-se mais completo
e em comunhão com a sua musa.
Pode ser um acto reflectido
como uma inspiração vinda do nada
sem que se pense no seu conteúdo
ou figurino, as palavras vão correndo pela
folha como galgos de espuma.
No mar que o poema transcende
o azul vai nos azuis
e o céu comunga a transcendência
que o poeta emprega
em cada versículo por ele transportado.
Cavalos loucos percorrem o peito do
poeta indo beber da pura água nas suas margens
e o poema saltita de um lado para o outro
feito bola nas mãos de uma criança
que tem o tamanho do mundo.
Barcos fazem-se ao rio
composto de letras insondáveis
e o poeta pode descansar na sua orla
quando o vate dá por terminada a sua
criação, com a felicidade nos bolsos.
Jorge Humberto
27/08/10