Ameias, ameias dizem as bordaduras das paredes
aos recortes do céu azul, azul, azul.
Pedras escuras e feias ouvem-se no que me pedes
como contornos virados para sul, sul, sul.
Nua, desnuda roças crua a pele
pelos intervalos roídos e disléxicos da muralha.
Ralha uma gralha por ali também
e, se calha, até de tralha se enche as fundações do castelo.
Nisto, olham-se e entreolham-se as ameias espetadas
com olhos de perfil martelado por desvelo.
Pedras e pedregulhos escolhidos aos molhos
ajudam o ruído que não deixa perceber nada.
Restam as ameias de pedras nuas encostadas ao céu
ainda azul, azul, azul em franjas e folhos.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.