Que imensa insatisfação paira em mim
De cigarro em cigarro, deambulo pela net
À procura não sei de quê e sabendo o quê
Teclando, voltando a teclar o meu desejo
Por momentos fico suspensa em nada
Ou num tudo interior de grande confusão
Sítios perdidos, pessoas que vem e que vão
O cigarro entre os dedos frios, queima
Levanto-me e fico a olhar para a rua
Olhos perdidos no intenso movimento
Ausente do que vejo e que não interessa
Este tédio é como uma baba gelatinosa
Volto ao ecran e volto a teclar, a teclar
Procuro o que não chegou, nem chegará
Expiro o cigarro e volto a cismar desalentada
Amanha, prometo, que vou sair daqui.