Um odor invade o ambiente
Onde permaneço
Um cheiro que deprecia
O suco da nossa respiração
Muitos não valorizam
Esta mudança
Deixam que odor se cimente
Ganhando tentáculos inesperados
Ninguém age de modo prudente
Pelo que do mundo conheço
Tudo se distancia
Sem respeitar a solução
As coisas não se eternizam
E perdem a pujança
Não há quem lamente
Por nos sentirmos amordaçados
Surge o vento num repente
Num sentir que prevaleço
Mastigo a melancia
Produto de sustentação
As atitudes se sintetizam
Nesta efémera bonança
Tudo continua latente
Os navios permanecem ancorados
Fica a ideia pertinente
De que me desconheço
Ai como me apetecia
Fluir em condensação
Por aqueles que infernizam
O berço de uma criança
Numa sociedade deficiente
E assim se realizam
Nesta vida de mudança
De uma forma consciente
Todos os desajustados
Se sentem assim despojados
António MR Martins
2010.08.24
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...