Em Porto Alegre ela já de pé
Esbraveja com o frio
Num dia perfeito para ficar na cama.
Aqui a noite ainda não terminou,
Não enquanto a cerva ainda estiver gelada
A tequila-sal-limão descer queimando.
Ela toma banho tranquila
Discutindo a temperatura da água
Com o seu chuveiro já cansado.
Aqui o cinema argentino
Briga com um filme erótico de segunda
Pelo privilégio de possuir a minha TV obscena.
Enquanto escova os cabelos e os dentes
Ela suspira constatando
Que o amor é parte necessária da sua vida vazia.
Aqui o colchão no chão
O sol violentando os meus olhos
Os aperitivos já mornos; o sexo frio.
M.Cardoso