O que mudou?
Nas correntes do tempo
nas areias do deserto
no caminho do beduíno
Foi abafado o eco
Sem tempestade
Sem oásis
O que mudou?
Nas batidas do coração
nas pegadas pelo chão
na massa do pão
Foi arritmia
Sem rítmica
sem fécula,
Nesse core no peito vazio
Nesse rumo feito elo perdido
Nesse pão oco sem fermento
O que mudou?
Enfim transformou
O ato em fato consumado
Beduíno caminhante no deserto
construído em mim mesmo
busco a fonte de sabedoria,
Mas, temo enfrentar
as tempestades de areia
e as dunas gigantes
Feito moinhos de vento
Do velho Don Quixote
que surgem por toda parte.
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em agosto de 2010.
Imagem: Godfried Guffens: A Bedouin Chieftain.