Poemas : 

Doce Veneno

 
Chegaste cobra coral coralina,
Agigantada, exalando essências
Afrodisíacas,

Envolvendo-me pelos membros,
Debilitando meus movimentos,
Privando-me das forças físicas,

Apertando-me numa dor louca,
E, num átimo, num abrir de boca,
Pingaste em mim,
Assim, dessa forma boba,
Teu febril e fatal veneno...

Nada senti no primordial momento.
Mas brotou no âmago uma brasa
Que pouco a pouco foi crescendo...
Foi crescendo, crescendo, crescendo...

Tanto cresceu que se tornaram asas
Invadindo todo o meu coração-casa
Que há muito não estava vazia...

Agora, aqui do cimo, sei quem tu és,
Cobra coral coralina...
Não foi a cobra que expulsou-nos
Do nosso Perdido Paraíso...

Não foi. Pois a cobra eras tu...
Cobra-Coral-Mulher!


Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1104
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
8 pontos
8
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
AuroraRosado
Publicado: 24/08/2010 00:31  Atualizado: 24/08/2010 00:31
Colaborador
Usuário desde: 18/03/2010
Localidade:
Mensagens: 623
 Re: Doce Veneno
Gostei muito do modo como desenvolveu esta metáfora, com imagens ardentes e sugestivas. Parabéns!

Bj


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 24/08/2010 00:34  Atualizado: 24/08/2010 00:34
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Doce Veneno
Belo jogo de palavras. Gostei e muito. bjs e todos mineiros pra ti


Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 24/08/2010 01:07  Atualizado: 24/08/2010 01:07
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: Doce Veneno
Que poema priápico amigo Gyl...

Abç


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 24/08/2010 16:02  Atualizado: 24/08/2010 16:02
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: Doce Veneno
O veneno nem sempre é doce.Seu efeito é que dá sentido ao que não tem sentido: o amor.Apreciei o conteúdo e as imagens do poema.
Bjins, Betha.