De joelhos em lume, na lama verde,
desço a passo lento as teias de aranha
com que teceste de prata e branco o ruivo
quente dos meus cabelos.
Na baia, na amurada,
cordas entrançadas rumorejam sensações
em versículos rasgados de textos antigos.
Na areia da praia, seixos rolados
elevam-se em cantos heréticos de meninos ciganos.
... desenganos inscritos numa bíblia alheia de sonhos.
Medonhos, os rugidos dos mundos ocos -
ruídos tintos a negro preto, em que, sem sentido
escaravelhos sem patas tocam violinos
guitarras e harpas.
Ecoam-se árias tremuladas,
nas chamas ácidas de fogueiras esguias,
na morte dos dias permanentemente agrestes,
por entre ramas de ciprestes.
Os espelhos da tarde, mastigam agora fragas
onde se expiraram comuns vontades aniquiladas.
Do emudecimento esvaziado dos Oceanos,
sopra incandescente um vento breve.
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