E assim a gente vai,
Nessas compassadas conversas,
Dizendo coisas aos ouvidos do vento,
Esperando respostas de ninguém,
Ou apenas silenciosas concordâncias.
E assim eu vou escrevendo ao léu,
Ou apenas para meu deleite esparramado,
Jogando palavras na minha própria cabeça,
Que se vão resvalando, escorrendo pelos ombros,
Aliviando o peso do fardo do quanto silenciei.
Nas palavras construídas assim na mente,
Que tomam forma nas letras do teclado,
Fico assim a vontade para dizer tudo que quero,
Sem o capricho forjados dos medos da aparência,
Nem temendo que bumerangues cortem minha língua.
E assim nessa forma singular,
Personificada nas palavras sem freios,
Que correm desenfreadas ladeira a baixo,
Desprovidas de cuidados ou manuseio,
Nesse gostoso arbítrio absoluto e livre.
Chega de dizer da liberdade que as palavras me permitem,
Pense que os ditos aqui poderiam ser totalmente seus,
Talvez ditos e expostos em compostos diversos,
Mas que certamente teriam asas assemelhadas,
Configurando vôos pelos infindos céus da tua intimidade.