Já não se ouviu mais a cantiga infantil, o silencio se tornou completo no quarteirão abandonado.
O jovem já impaciente revirava os olhos sem direção.
O salto da mulher quebrou o silencio já perturbador.
Os magníficos olhos pretos do estudante pararam sobre as longas pernas da misteriosa dona do chalé.
-Olá.- disse a voz suave.
O hálito da moça soprou na face do homem já bobo com tal beleza, ele enfeitiçado, não pode responder.
A jovem sorriu ironicamente, deu-lhe um beijo e completou o encantamento.Ela o levou consigo até o chalé, que por dentro era bem maior do que aparentava ser do lado de fora.
O moço, hipnotizado, entrou na ultima cápsula vazia da sala, até que perdeu seus movimentos e congelou.
A bela dama espreguiçada no sofá, ria malvada.
O cavalheiro aparentemente morto a olhava com desprezo, pois agora apaixonado sabia que viveria eternamente na companhia apenas das moléculas de gelo que queimavam sua pele.