A flor do maracujá
Se o senhor quiser saber
Agora eu vou lhe contar
Porque razão nasce roxa
A linda flor do maracujá
Esta flor já foi dum branco
Isso eu posso até lhe jurar
Mais branco do que a neve
Mais branco do que o luar
Quando a flor dele se abria
Lá pelos confins do sertão
Era mais branca que o dia
E mais branca que o algodão
Mas um dia a muito tempo
Que nem sequer me lembro
Se foi em maio ou em junho
Abril, agosto ou setembro
Nosso Senhor Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Em uma cruz crucificado
Que foi coisa de doer
Pregaram Cristo na Cruz
E ao ver tamanha crueza
Choravam todos que viram
Chorou também a natureza
Perto desta cruz havia
Um grande pé de maracujá
Que estava cheio de flores
Que igual nunca haverá
E o sangue de Jesus Cristo
Pisado de tanta dor
Tingia as flores da planta
E mudava a sua cor
Então é esta a historia
Que conto e ouvi contar
A razão de nascer roxa
A flor do maracujá.
jmd/Maringá, 20.08.10
Baseado no poema de Catulo
da Paixão Cearense,
Com o mesmo título.
verde
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