os ninhos construídos na primavera ainda estão nesse inverno. os pássaros não vejo. sei que estão além do que posso. então passo meus dias a arrumar nos pequenos nichos de galhos as coisinhas em ordem como os passarinhos gostam. do sul também virão os cantos novos dos filhotinhos, que escutarei observando suas mínimas diferenças, sempre com um ouvido atendo. tenho que cuidar também do gato pra que ele não se anime a levar sua pança além do tapete da sala. eles gostam da água ainda bem limpa, onde não bebe o gavião. tudo certo, o guardador esta atento. contempla toda hora o horizonte em busca de leves manchas ao longe, nunca uma, muitas em ritmo leve e rápido. o estoque de alpiste e demais guloseimas pra avoantes ok. não devo me esquecer da rega às novas mudas, calculei que faltarão árvores no outono que vem, problema que resolverei. por enquanto, entalo galhos secos entre um verde e outro. mas depois de dois, três anos no máximo, haverá abundância de sombra e de abrigo. mas me preocupo, pois derrubam mais árvores do que planto, vi na tv que derrubam um campo de futebol por minuto. assim o que vai aparar meus amigos alados. preciso fazer as contas. para cada árvore três ou no muito quatro ninhos, mais os desaprovados que ficam ao léu, vazios, e que não tenho coragem de desmontar: preciso que ergam dois campos por minuto, ou vou levar os passarinhos pra morar de vez no sul. mas como farei se ao sul, o inverno é quase sempre...
,,,mas Deus gosta de ser assim também, na forma de Eu!