Quis a cultura, em tempo incerto, criar um personagem como um sujeito de barbas longas que apenas tinha em seu poder o pensamento e um lápis.
O sujeito como a mão esquerda acariciava as suas longas barbas para erigir o pensamento que o faria escrever de imediato com a outra mão. A direita.
Mas a cultura não estava só. Existia uma deusa, áurea e bem encorpada, que esfregava o seu corpo aos escritos do sujeito e com esse acto apagava qualquer texto. Uns diziam sexo, outros mais velhos que já não pensavam nisso, diziam liberdade de criar ou expressar esse amor mundano.
O barbas nunca gostou desse amor. A cultura nunca amou o barbas e o azul ficou prisioneiro na bandeira até todos morrerem.
A memória, a bebé de outrora é hoje um velhote abandonado com muitas histórias para contar, mas não há quem o queira ouvir.
(Agora a caneta, o corrector e o vermelho são personagens de um tempo moderno)