Desde os tempos em que o tempo me lembrava,
Que precisava te encontrar enquanto houvesse tempo,
De quando falava tristemente com a imagem do vento,
Olhando o mar e chorando a saudade que o vento trazia,
Já era você que invadia meus sonhos de um grande amor.
Desde quando pedia a primavera em versos,
Que em cada setembro me ensinasse o recomeço,
E te convidava para passear comigo pelo infinito.
Quando confessava querer desvendar teus segredos
E me aconchegar na tua intimidade,
Mesmo ilusão e quimera que fossem,
Eu já queria e precisava te encontrar.
Já nos sonhos de menino você habitava,
Já eras a moça bonita das minhas sonhadas conquistas,
E nas noites que compunha expostos pecados,
Devaneava naquelas nossas paixões incontidas,
Você já era a realidade da poesia da minha vida.
E chegastes anunciando uma vida nova,
E foi tão bom te ver chegar,
E quando os anjos me protegiam,
Da estrela cadente que corria o céu,
Era a nós que eles espiavam.
E não quero te ver zangada,
Se ficares eu recito retorno,
E nas lembranças dos velhos tempos,
Você será minha melhor lembrança.