Temos que estar ligados há alguma coisa, o cordão umbilical jamais é cortado, ele nos garante a segurança no existir. Trocamos esse cordãozinho salvador por um time de futebol, por uma religião, por um partido político, por um emprego seguro (sinônimo de emprego público) e pelo nacionalismo radical. Somos capazes das maiores arbitrariedades na defesa dessas novas ligações com o ventre materno; ligações que nos dão segurança e uma visão de pertencemos a um grupo, que nos faz mais felizes por não existirmos sozinhos, por estarmos próximos de quem vai nos defender das agressões do mundo exterior. Trocamos o calor uterino, vindo de uma pacífica mãe, que nos abriga de todos os males do mundo, por mães sem escrúpulos, obsessivas no seu bem querer. Não é à-toa que são essas “mães-muletas” as causadoras dos maiores males que a civilização humana enfrentou e enfrenta. Os conflitos religiosos estão por todos os lados, “a mãe religião” tem se mostrado extremamente beligerante, não são poucos os que morrem por esse amor ilimitado... O partido nazista dava cobertura necessária ao nazismo, capaz das maiores atrocidades! Na ocasião tinha milhões de filiados mundo afora e ainda encontra, hoje em dia, filhos que acreditam nos seus atos caridosos... São comuns partidos políticos se locupletarem com o poder, são sempre partidos grandes, com quadros de milhares de filiados, quase todos “filhos desprotegidos” e uma pequena parte de “filhos mais velhos e mal intencionados”. Os times de futebol são outra cópia fajuta de “mãe superprotetora”, criam uma separação absurda entre as pessoas e servem muitas vezes, para criar grandes conflitos entre suas torcidas, sendo a antítese da proteção que se aufere de uma mãe carinhosa. A pior de todas as falsas mães, no entanto é o nacionalismo arbitrário, onde através de um falso amor a pátria, somos capazes das maiores injustiças com outros povos e com o nosso próprio. Essa é mais madrasta que mãe, consegue com sua hedionda proteção devastar nações inteiras! Provocar a morte de milhões de bons e estúpidos filhos, que acreditavam no seu amor.
Se não conseguimos viver sem esse maldito cordãozinho, vamos escolher com inteligência e bom senso a quem vamos nos ligar para que a gestação nunca deixe de ser uma experiência agradável.