Só vive quem consegue ver o mundo.
E sentir o seu pulsar mais profundo.
Quem à noite, vê no Céu as estrelas.
E de dia, não precisa de candeias nem de velas.
Para ver as serras que da terra se elevam.
E as águas que os rios levam.
Quem sente o calor das areias do deserto.
E o vento nem sempre certo.
Quem vive a humidade da densa floresta.
Com o seu verde a brotar em festa.
Universal criação!
Ser feito ao pulsar do coração?
No tempo, que dá o movimento.
Imaginário? Ou sempre transportado sentimento?
Ou simples massa sem alento?
Vulgar corpo a sustento?
Da pedra! Ao ainda, fuzil atómico?
Mundo cómico!
Cheio de fogo e fome. E corpos sem cemitério.
A gemer sem humano critério.
Sol, Chuva e Vento.
E humano lamento.
Neste nefasto pulsar mais bárbaro que no passado
Do tempo que já foi viajado.
Vento feito do voar de gaivota.
Homem, que o mundo vai cerceando quando vota.
Neste querer de liberdade.
Perdida na falsa demanda da igualdade.
Fogo, Ar, Água, Universalidade.
Alegria, Magoa, Humanidade.
Infinidade de forças diferentes a um só viver.
Quando há respeito pelo direito e pelo dever.
Fonte de universal nascente.
A brotar a um mundo crescente.
Interrompida pelo vulcão da ganância.
Pelo puder criado na ignorância.
Mortal político fuzil a negar os seus deveres.
De homem que se julga com puderes
Angariados no direito das Kafequianas votações..
Que vão negando as planetárias populações.
E fomentando corpos de criança
A quem negam a esperança
De ver e viver o mundo.
Eduardo Dinis Henriques