A velha louca segue o nosso olhar na infinita noite que chega sem avisar...
Cruel espumar da sua boca que dita as palavras profanas aos vigiantes...
Caminha para o seu lugar numa casa escura e fria em seus tecidos velhos para aquecer a sua alma , advinha sem chorar...
A cidade das luzes sente-se solitária , pequenos buracos nas ruas onde dormem os sem abrigo escondidos nas sombras...nenhum lugar é seguro , mesmo em becos estreitos consegue-se ver a luz fraca do candeeiro.
Forma-se brancas perdições , sem vida nem amor o chão acolhe as suas mentes , torna-se tarde...agora a esperança é demente.
Nervos tensos soltam-se dos pulsos , sangue espesso nos lagos acidentados , passam as sombras envoltas no rio que transborda de saudade... , pergunto ao vento a nossa idade ?
Espaço vasto , nevoeiro intenso em pés quebrados pelo frio acolhido no teu ar queimado pelo gelo do corpo...
Galeria onde expõem pinturas , mantenho o meu
olhar num rosto velho que admiro...
Neste momento estava junto a ti e os outros ignorantes á nossa volta , artistas escravos neste século estereotipado.
Dentro do carro vagamos acompanhados por algum sentimento , mas não consigo saber se é o mesmo que sentes...
Mão sobre uma mão que não segurou com a força necessária para amar.
Largo as preces
largo os contos assombrosos
Largo a noites em que saia da tua cama e deambulava pelo corredor temível analisado espelhos limpos por ti um dia.
Agarro a dor e apatia , agarro o Mundo por mim criado...renasço duma noite alimentado nesta vida ancorado...
"Lé-me , ó Leitor , se te agrada ler-me , porque muito raramente regressarei a este mundo."
Leonardo Da Vinci