A boneca de trapos perdida
Era uma vez, uma menina que recebeu um belo presente no Natal, meu pai chegou dos Estados Unidos e trouxe uma bela boneca de trapos, linda mesmo. Tinha belas tranças negras, seu rosto muito bem pintado, parecia quase real, diria que viva. Esta menina se chamava Isabel, gostava muito de sua boneca, adoravando a mostrar a todos que podia.
Era filha de gente de posses, tendo muitos brinquedos e boencas, mas aquela boneca era especial a bela princesa Soraia.
Soraia era os olhos da Isabel para onde ela fosse ela acompanhava, desde grandes viagens, como férias e outros eventos, era a Soraia e a velha governanta dona Beatriz, uma velhota dengosa, simpatica e com olhos vivos e bondosos.
Ainda lembro seus vestidos, bem coloridos e largos para esconder todo o volume a mais, em seu corpo e como ela era divertida connosco, pois, eu esqueci que tinha um irmão chato e meio teimoso que adorava fazer das dele e muito querido de minha mamâ.
Meus pais passavam muito tempo em festas e fora de casa e muitas vezes tinhamos que viajar longos meses com eles e ate morar em outras casas porque o trabalho de seu pai exigia era um embaixador.
Isabel gostava de ir passar ao parque com sua boneca, em seu carrinho de bebé fazendo de mae da boneca e muito prendada. Sempre, muito altiva, bem vestida, com belos vestidos rendados, bonitos mesmo, agora seu irmão...
Seu irmao era ranhoso mesmo com aqueles calçoes ate ao meio de suas pernas e seu rosto lambuzado de caramelos, olhando para todos com aqueles olhos melão meio esquecido e como sempre fazia que metia nojo, os dedos dentro do nariz e limpando na sua camisa.
Qualque, coisa era motivo para ir a correr a mamã e fazer queixinhas, chato que só visto, Isabel sempre o suportava e tinha paciencia, mas a governanta dona Beatriz, essa, dado a sua idade mais avançada e seu cansaço, chegava a ter chiliques com todas as insatez do menino.
Ora o menino que se queria vingar da irma por ter mais um brinquedo novo e ele não porque seu pai o colocou de castigo, pegou as escondidas na Soraia e levou para o lixo bem fora de sua mansão.
Isabel procurou a sua amada boneca de tranças negras, como ela chorava, Dona Beatriz correu a casa varias vezes, ate colocou as outras serviçais a procura da boneca. Foram horas de procura e nada, dona Beatriz olhou para o garoto e viu naquele momento a maldade cometida, mas não podia falar.
Tentou escondida, o pressionar, mas sem resultados alguns, enquanto a Boneca Soraia foi retirada do lixo por um homem velho e corcovado que meteu em saco de sarapilheira velha e levou para sua casa. Como brilhavam seus olhos e falava em palavroes sobre a fartura desmedida.
Guardou a boneca, a limpou e recuperou, parecia nova mesmo, as roupas dela ele as fez igualsinhas as que ela tinha e colocou a boneca em quarto de sua filha que tinha partido para longe e nunca mais soube dela.
Muitos anos depois já a Isabela era uma bela mulher e seu irmao um homem quase feito que tiveram que voltar a sua antiga casa que já não visitavm a muitos anos desde que Dona Beatriz faleceu. Estava tudo bem conservado e limpo, quiseram ver as casas dos seus colaboradores que estavam vazias, para saber o que fazer com elas, vender ou recuperar e alugar.
Qual foi o espanto que Isabela viu naquele quarto a bela Soraia, toda bem estimada, coberta de pó, linda como sempre foi e foi ai que seu irmao confessou a sua maldadez.
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