Poemas : 

Proferindo palavra alheia

 
A palavra rasurei
Por desatenção descontrolada
Sem essência e sem vocação

Transformei a desdita
Numa fugaz intermitência
Pelo relâmpago da comoção

Não sei o que ultimei
Nesta atitude reprovada
Que já não tem avaliação

Considerei-a maldita
Pela minha incompetência
Valeu-me condecoração

Tudo depois confeccionei
Com a palavra então roubada
Juntando muita imaginação

Mandaram colocar uma fita
Chamaram muita assistência
Procedeu-se à inauguração

Há quem fale em sensatez
Mas no verso traz reboliço
Nem todos têm a mesma tez
Por naturalidade ou feitiço
Quem assume tal rigidez
Pode tornar-se metediço


António MR Martins

2010.08.14


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
Texto
Data
Leituras
763
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/08/2010 18:26  Atualizado: 14/08/2010 18:26
 Re: Proferindo palavra alheia
...

ó António,

"Há quem fale em sensatez
Mas no verso traz reboliço
Nem todos têm a mesma tez
Por naturalidade ou feitiço
Quem assume tal rigidez
Pode tornar-se metediço"

acertaste no ponto!

a minha respeitosa vénia!

abraço.