E se de repente algum acontecimento mudasse a perspectiva da tua vida?
E se houvesse aquele “click” de mudança, como a mola dos saltos de pressão negativa, que te fizesse ver a vida sob outro espectro?
A mudança não está naquilo que os outros podem “operar” em nós, mas naquilo que nós próprios somos capazes de actuar e modificar no nosso “eu”, num processo de crescimento e evolução (por vezes, com alguns períodos de regressão!). O contacto com os nossos semelhantes (tantas vezes opostos!) potencia a partilha de diferentes percepções, permite e influencia a forma como nos é transmitido um mundo diferente do nosso - o mundo criado por cada indivíduo para si, onde estão subjacentes as suas escolhas e consequentemente a forma como decidem viver.
O mundo enquanto local de coabitação de diferentes seres humanos parece ser um local comum, monótono… É a unicidade que cada um de nós possui que permite torná-lo um local por vezes estranho, assustador, outras vezes paradisíaco, inovador, ou simplesmente, quando não nos permitimos essa partilha, um lugar senso comum e dogmático.
Enquanto seres humanos herméticos, fechados no nosso eu egoísta e anti-social, tornamo-nos seres desprovidos de interesse, mecânicos, tristes e acomodados. Esta atitude tem repercussões a nível do nosso ser enquanto seres bio-psico-socio -emocionais. Daí que por vezes, quando nos permitimos um pouco de luz, criticamos a sociedade e dizemos, “estamos na era do egoísmo, do individualismo, da competitividade”. Já não existe vontade de mudança, já não se acredita nas relações humanas, em sentimentos primordiais que nos permitiam tornar este lugar, que é a nossa casa colectiva, como um lugar confortável, que nos criava o sentimento de pertença.
Mas, felizmente existem alguns momentos que nos voltam a fazer sentir vivos, que nos acordam da acomodação a que nos submetemos… momentos comuns, momentos de partilha espontânea, em situações pouco esperadas… momentos que deixamos os outros penetrarem na nossa vida e mudarem os nossos horizontes…
São momentos em que deixamos a nossa acomodação e acreditamos ser capazes de inovar de deixar para trás aqueles sonhos pelos quais lutamos infrutiferamente e que nos recusávamos a abandonar pelo medo que a perda nos pode causar… sonhos que de certa forma contaminavam o nosso eu e o deixavam num marasmo doentio…
Hoje é o dia… em que percebi que mais do que o tempo que as pessoas possam permanecer na nossa vida, o importante é o que elas partilham connosco, o que deixam em nós e o que nós fazemos com o que nos ensinam.
Por isso, embora tenham sido breves os momentos, obrigada por teres mudado a forma como percepciono o meu mundo!
Diana Gomes
14/08/2010
Diana Gomes