Tu não me conheces Eu não me conheço Desenlaçou-se o que era ignorante De nossos comuns desentendimentos E na atmosfera nada teimou elegante
As bem-venturanças espatifaram-se ao ar Como opacas bolhas de sabão gigantes Que a indelicadeza não permite Ganharem desenvoltura para alçar vôo E desmancham-se, à toa, ao sopro da boca
Tu não me conheces... Eu não me conheço... Um muito disto é o muito pouco Que restaram de iguais desejos Em nossas almas dissonantes