Asfixio-me
na minha própria galáxia
numa hiperactividade
de estrelas mortas...
Em que comparo as crónicas
do desejo em voar de Ícaro...
às minhas próprias histórias
fáceis de narrar…
Mesmo que escreva sem coração
em meus manuscritos
sou imortal!...
Sinto tudo
como se já tivesse nascido...
Sinto-me nada...
Como se parasse
e me esbarrasse na eloquência
perversa de quaisquer actos…
Talvez apenas eu veja
a sombra de um lobo alado…
E toque um instrumento
para o guiar no voo
do seu destino…
Talvez algo em ti
me faça partir em retirada
após conquistar fogos dispersos
do meu mundo de sonhos...
Sem pesos… nem tempestades…
Após o violento
renascimento da Lua
talvez...
Apenas me baste um lição
de tolerância…
JC Patrão