Vagueio nos meandros da alma
e apenas me perco em labirintos
e não vejo uma seta para a calma
e os sentidos ficam tão tontos...
Quem dera poder correr no prado
e da alta fraga voar sem medo
com as musas aladas lado a lado
e saciar a sede no puro rochedo...
Quem dera que tu viesses, amor,
fazer-me acreditar que esta vida
tem sentido e no meio da grande dor
se pode encontrar a paz perdida...
Estou a definhar aos poucos, sim,
e um dia já nada de nada sobra
e da altaneira torre de marfim
nada voa mas desce uma cobra...
Estou cansada, varrida pelo vento
que me leva para uma aridez
onde libertarei o último lamento
e eis que me fui, era uma vez...