Meu capitão, ouvide-me por favor!
Que se passa gajeiro, que me queres contar?
Senhor, adormeci na gávea, vi meu sonhar
Levado pelo oceano, nas asas de um açor.
Estranho sonho o teu, sentiste temor?
No princípio, mas o seu lesto e firme voar,
Levou-me sempre, vendo o sol brilhar.
Bonito sonho o teu, vejo-lhe o sabor.
Meu capitão, mas o meu sonho não acabou!
Conta depressa, tenho cálculos a fazer.
Depois de muito voar, seu esforço amainou.
Pude eu, no vasto oceano me aperceber,
De nove ilhas, das mais belas que Deus criou!
Gajeiro! Na gávea o sonhar não tem querer.