O silêncio explode nas bocas
Dos que partiram
Ao longe
Entre ténues sussurros
Desabafos ingénuos da lua
As almas retiradas ao cativeiro da vida
Clamam bem alto por mim.
Rostos perdidos no espaço
Da minha solidão...
Aqueles que amo
Acordam dum funéreo sono
Lembram-me do vento
Que gravou a ouro na mente
A sabedoria da palavra.
Em silêncio
Agitam-se...
A tempestade das emoções é um mar furioso dentro
do peito!
A chaga
Que alguém um dia
Por piedade
Deitou ao mundo
Quer agora
Sem saber porquê
Procurar nas folhas caídas
Nas bocas estendidas sobre a erva
Como imensos vales de esperança
A resposta
À pergunta
Que ninguém ousa fazer.
1 Fevereiro 2004
antóniocasado