Hoje acordei com uma saudade danada,
peito apertado, um sentimento esquisito,
nesse exato momento,veio em meus pensamentos à lembrança de quarenta anos atrás.
Minha casa de infância!
Lá nasci e passei os meus primeiros anos de vida,
lembrei do quintal grande, das soqueiras de cana caiana, do barracão da bagunça, da carteira de motorista ofertada por um vizinho e que eu com tanto cuidado guardava, representava minha habilidade em conduzir tão bem, o velocípede no quintal daquela casa.
Tudo revivido como se hoje fosse.
Vi perfeitamente minha mãe costurando, minha irmã cozinhando, outros irmãos mais velhos trabalhando,
quanta gente feliz tinha aquela casa!
Era uma casa pequena, uma varanda com chão de vermelhão, sala, dois quartos, um com três camas beliches, onde brincávamos de contar histórias e guerra de travesseiros.
Lembro-me bem do chão repleto de presentes nas noites de Natal!
Existia também, uma copa com mesa de madeira escura e cadeiras pesadas, a cozinha era grande e o banheiro com um quadro de frutas pendurado à porta, que um primo meu havia pintado e colocado as inicias W.C. E que minha mãe detestava!
Em dias de São Cosme e Damião, sempre tinha muitos saquinhos de doces, e moedas que meu pai jogava, depositadas ano inteiro em uma lata lacrada. Isso sim fazia a alegria da garotada!
Quantas saudades dos almoços de Domingos com todos sentados à mesa, com a boca cheia d’água, lembro-me dos doces caseiros que minha mãe preparava.
Quantas lembranças da casa da Rua Maria Rita,
o número nem me recordo mais, mas, com certeza aquela Rua, aquela casa e a minha gente,
estarão para sempre bem pertinho de mim,
guardados lado esquerdo do peito.