De tristeza morro cedo
Mas não que eu tenha medo
Na ferida ponho dedo
E isso não é segredo
De baixo de um arvoredo
É lá que me sinto ledo
Ou do alto de um rochedo
Revendo o passaredo
E por isto intercedo
Não que seja um arremedo
Natureza é meu brinquedo
Desmatança não concedo
Por ela até me excedo
Não me armo com torpedo
Mas talvez num samba-enredo
Lance eu veneno azedo
Eis aqui o meu folguedo
Voltarei pro meu lajedo
Cuidar bem do meu vinhedo
E é aqui que me escafedo
Mário Piccarelli