A partir dos ensinamentos
do Pai Eterno, celestial
a presença do pai facial
é marcante, mesmo em pensamentos
O pai que tivemos
Ou que ainda temos
nos traz (ainda) lembranças
e aprendizados pra nossas andanças
Nestas doces recordações
lembro-me da carona em sua bicicleta
nos caminhos de saibro pra lavoura
chegar bem cedinho e molhar as plantações
Ou, então quando contínuo, feito rapel
fortuitamente meu pai no moinho encontrava
pondo a celulose que se transformava em papel
na CIP que funcionava na pequena Santanésia
Meu pai era uma pessoa simples, ativa
Dividia seu tempo entre o trabalho da fábrica,
Fazendo mudas e enxertos de rosas
Ou plantando hortaliças e pescando traíras
Os caminhos de Barra Mansa (mansa?)
Após a suada aposentadoria
Levaram-no a atuar como guarda-noturno
E um jovem delinquente lhe roubou a vida e o sonho.
Passados já 23 anos de seu padecimento
O dia dos pais me traz aqueles momentos
Que não retornam mais, salvo em pensamento
Por isso, viva intensamente este dia com seu pai amado.
AjAraújo, homenagem a meu pai, assassinado aos 62 anos, há 23 anos, em B. Mansa, RJ, escrito em Agosto de 2009. Extensivo aos pais poetas e a seus genitores queridos.
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