Dobrei a palavra num ângulo recto,
na rectidão de ser apenas linha no firmamento.
Na utopia,
finjo que existo, imito o ar seco dos meus dias,
no fumo de um cigarro.
No enovelado de sombras,
sem rumo, rebusco a hora inacabada
onde dorme a revolução desnecessária, assassina
das chamas cintilantes dos voos de andorinhas.
Fecho os olhos, mordo as estrelas na carne já azul
de um mar a sul do teu olhar.
Nos cilícios dos corvos negros encontro os teus gestos
e os temores da onda em cicatrizes rugentes da minha pele.
Da nossa boca, se não palavras,
despontam agora contundentes seculares raízes.
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