No esperar se salienta
A acalmia do interior
De quem permanece esperando
Pelo tempo então marcado
E pela hora contemplada
Na espera se tenta alcançar
Há quem se desorienta
Pelo passar opressor
E pelo que fica cismando
Algo lhe terá escapado
Ao esperar uma namorada
Num intenso soluçar
Será da vestimenta
Num preceito sem valor
Ou pelo que se vai passando
É um estado detestado
Pelo qual não recebeu nada
E que não consegue ultrapassar
Saber esperar é virtude
Do rigor e do carisma
Nervosismo não dá saúde
Quando visto neste prisma
Perante tanta vicissitude
O esperar já nada anima
António MR Martins
2010.08.06
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...