O coração bateu tantas vezes.
Tantas, tantas vezes e tão depressa.
Tão, tão depressa que nunca chegou à melancolia da sonolência. Simplesmente dormiu a correr.
Num momento parou em correria tão danada que se deteve na mais contínua forma desenfreada.
O coração deixou-se continuar sem parar de se ler por completo. Transformou-se em sílabas de tum tum cadenciado... co ra ção, co ra ção, co ra ção, co ra ção. Cada uma por si na procura perene da próxima. Co ra ção.
Tempo passou em constrições de fluxo e influxo e refluxo. Em fluxões de construção próxima das ciências matemáticas que, de certos, só tinham a frequência quente e sanguínea.
Tempo passou e o espaçamento chegou-se às letras. C o r a ç ã o, c o r a ç ã o, c o r a ç ã o.
Ficariam só as letras desgarradas? Sim, só as letras. Por enquanto ainda se mantinham na ordem convencionada mas só as letras.
Talvez um dia mais tarde voltassem a ser sílabas e, até, coração.
Provavelmente talvez.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.