Amor
Balanço o corpo ao som de Ana Carolina
E através de uma nota musical
Sinto o valor do amor nas mãos do coração
Como uma pérola por mim inventada
Um desejo que prevalece para além de nós
Onde tento descobrir o que és
Dentro desta urgência de te inventar
Quando numa nuvem de querer
Exijo do teu corpo um pouco mais…
Amor
Eu quero um pouco mais que tudo!
Não quero ser a coisa mais importante…
Quero ser a importância!
Não quero ser aquele que amas…
Quero ser o âmago do próprio amor
Que pulula em cada batida das tuas veias
Como um naco de riso ou de olhar penetrante
Que como uma lança me trespassa de suores
Nas pausas habituais de amar-te
Quando não sei que mais amor possa ter
Para te entregar
Nem que sonho mais possa sonhar
Para me dar
Então leio nas pálpebras cerradas do teu fogo
As asas de um falcão
Que esvoaçando pelo cimo dos ares
Retém em mim a íris faminta.
Amor
Então não me contento com um pedaço de ti…
Quero o mundo!
O teu mundo!
Esse mundo perfeito onde me lanço de asas abertas
E me deixo levar pelos teus sonhos e jogos
Como uma nuvem à mercê do vento.
Quero o tudo que é mais que quase…
O universo que se inscreve na minha mão
E é nosso
Porque todo o espaço é uma flor
Aberta aos raios de sol da tua voz
Quando me derrete de prazer e num gemido
Alcanço o poder do vulcão explodido
E a fúria brava dos ventos ciclónicos
Quando sobre as ondas encrespadas
Naufragam de esperanças e gestos imprecisos
O meu eterno
O meu sereno
A minha ansiedade de ti
Como uma sede insaciada
Que deixas depositada no meu corpo
Faminto de tanto amor
Repleto de tanta paixão…
Para além das rosas…
O meu amor por ti!
27 JUNHO 2010
ANTÓNIO CASADO