Caminhando p'la encosta
Daquela vila soberana
Só se ouvem nossos passos
No silêncio da Choupana
Avista-se o Convento
Numa distância fecunda
Sente-se a Espada incontestável
De uma alma profunda
Eleva-se a Guia
No portal da entrada
Já pesam nossos passos
Mas retomamos a caminhada
Em imponente brancura
Ergue-se a fachada
D. Nuno por lá perdura
Rezando à Senhora da Orada
Avista-se a Espada
No Cruzeiro do adro
É a Cruz da Encarnação
A que D. Nuno deu brado
O Mito que era sonho
Em destino se converteu
O Condestável Orou
e a Senhora apareceu
Erguei aqui um templo
Em honra de mim
Tereis então minha benção
E uma força sem fim
Ide sem medos!
Lutai p'la Nação!
Sereis o Santo Condestável
Protegido por minha mão
Senhora da Orada
Deixo aqui meu coração
Fostes vós que me armaste
Cavaleiro nesta Missão
Ao olhar vosso regaço
Vossas mãos estão junto ao Ventre
É o Cristo que nos entregais
Minh'alma assim o sente!
Lutou p'la Nação
Mandou erguer o Templo
Guardou Cristo no coração
Recolheu-se no Tempo
E assim ocorreu
Nesta Terra de Templários
O Milagre aconteceu
Construiu-se o Campanário
E o Culto Nasceu!
RICARDO LOURO
(Dedicado ao Convento de Nossa Senhora da Orada em Monsaraz e à lenda da sua fundação)
Ricardo Maria Louro