Sede que não se detém
Por entre o abraso do quente
Calor que estabelece o passo lento
Sortilégio da conveniência
Estático permanecer sem guarida
Da sombra que não existe nem se vê
Tornear que se mantém
Motivando caminhar dolente
Num circuito alheio ao vento
Nada se reflecte por saliência
Nem de forma apetecida
No breve omitir do porquê
Cada um trata o que lhe convém
Nada mais há que se invente
Nem para o cidadão mais atento
Omitindo simples convivência
E retardando a obrigatória partida
Esquece quase tudo o que lê
No aperto do calor
Pelo sol altivo e belo
Se sacia o esplendor
No descalçar dum chinelo
A água tem mais valor
Não tendo sequer paralelo
António MR Martins
2010.08.03
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...