Lembras-te da magia
De uma manhã em que o frio
Gelava o nascer do dia?
Um silêncio encheu de brio
O momento em que te via.
Eu lembro-me!
Lembras-te da fixação
Do olhar naquela altura?
Do bater do coração
Inundado da ternura
De um cumprir da oração?
Eu lembro-me!
Lembras-te do sorriso
Trocado infinitamente?
O que surge por aviso
De uma alma que não mente
Nem mesmo quando preciso…
Eu lembro-me!
Lembras-te daquele beijo
Cansado de tanta espera
Cumprido por ser desejo,
Doce, numa mera
Paragem que revejo?
Eu lembro-me!
Lembras-te da mão dada
Pela primeira vez, suavemente?
Eu dos dedos por espada
Nomeei-te eternamente
Senhora da minha armada!
Eu lembro-me!
Lembras-te de mim, por acaso,
Uma vez ou outra, eventualmente?
Não importa com atraso,
Mas que fosse, de repente,
Na vida mais do que um caso.
Eu lembro-me de ti… e lembrar-me-ei pelo resto da minha vida!