Escrevo como as borboletas, que poisam por entre homens e gametas,
Eu me embriago pela cor do amor!
Meus olhos mel, tem a docilidade dum beijo
Meu corpo flutua diante do desejo
Sou no coração tão livre, como a luz do sol
Sou a menina que cresceu tão bruscamente
Em meio às vozes das ditames mentes
Sou borboleta que plaina d'ardor!
Mesmo ao frio, aqueço a alma fortemente
Sou arco-íris irradiando a cor
Sou o cáucaso que ostenta madrugadas
A lua fria, ou a amante amada
Sou a pedrinha que cobriu o pó
Sou a penumbra do meu corpo deslizando
Um gozo altivo sob a luz do canto
Sou voz caliente que carimba o amor
Meus pés doirados não são de Cinderela
Meus seios fartos são então quimeras
Que brotam o desejo ao arrebol
Sou quem te quer sereno e cativo
Mesmo distante como um pequeno passarinho
Alçando vôo sob a luz do sol
Quem sabe eu já não pertença a este mundo
Quão louca esteja enredando ao fundo
Meu canto lírico, que peregrina ardor
Sou o acéfalo, metaforando o dia
Sou neologismo em sincrônica poesia
Sou eu quem ama ser e não parecer quem sou!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)