Subi a emancipada via da fantasia,
E n’ algodoeira rama por lá me quedei.
Em novelos cristais daquela abadia
Olhos meus, castanhos, lá os cravei.
E sentada no divino oco da poesia
Na rima versada ao vento, exaltei;
Promessas de um anjo que a cantaria
Ao teu ouvido, na chuva a espalhei.
Pousou no poeta que a soube alcançar;
Poisou na amizade dos meus a brilhar;
Pairou por aí… espalhando harmonia!
Naufragou pelo leito do rio ao mar;
Brotou pelo campo capaz de entoar;
Mas em ti meu amor… jamais tocaria!
Carla Bordalo
Sentindo o vivo, vivendo o sinto, e, em sentimento o digo para assim o escrever em qualquer parte de mim.