Escrevo como quem respira
Ou respiro como quem escreve.
E o poema vai por mim acima
Sem ter o dever de quem deve.
E é tão natural a minha escrita
Como inconformada e producente.
E se se aproxima a vil desdita,
Então eu sou a voz desta gente
Massacrada até ao tutano,
Omitida pelo poder estabelecido.
Mas que ainda assim segue lutando,
Por um mundo melhor a si devido.
Não concebo por isso a poesia castrada,
Pelo focinho açaimado da palavra.
E, antes ainda, de mais nada,
Ela é de todos e a ninguém trava,
O conhecimento de todo um povo,
Que não se revê nestes políticos.
O que eles querem é um Abril novo,
Para tirarem da tez, os apolíticos…
Jorge Humberto
08/08/07