Essa é a história de Laura. Laura era meiga, delicada e me fazia sorrir. Vezes séria, vezes alegre, o certo é que era muito inquieta. Não parava um só minuto. Cantava, imitava algumas falas. Tinha hora que pensava que ela queria conversar, sei lá, quem sabe fofocar. Acho que sim. O importante é que ela me distraia. Às vezes chegava cansado do serviço e até me esquecia desse cansaço ao conversar com Laura.
Laura tinha amigos. Na verdade uma amiga, Branquinha, e um amigo, Trovão. Ah, como era engraçado ver os três juntos se divertindo. Quem olhava não conseguia entender essa amizade. Eles eram tão diferenstes, mas mesmo assim eram amigos. Fazia frio ou calor, o dia era chuvoso ou de sol quente e lá estavam os três a compartilhar suas idéias, carinho e atenção uns com os outros.
Mas, como nem tudo nesta vida são flores, chegou o fatídico dia em que a vida de Laura foi brutalmente ceifada. Sem ter nenhum escrúpulo, Malvado galgou os espaços aberto na cerca e alimentou-se de Laura. Sem poder se defender da cilada na qual foi envolvida, a pobre criatura foi devorada pelo cruel Malvado.
Só Deus sabe a raiva que fiquei quando não mais vi Laura neste mundo. Uma pena indicava o seu fim. Triste e desolado pela perda de Laura passei vários dias imaginando sua vida no além. Será que existe um paraíso só para os pássaros?
Laura era meu papagaio.
Obs: Esse texto é o relato da história do papagaio que foi morto pelo cachorro do vizinho.