Chamo-te rio e as margens trazem a espuma do pensamento. Há um chamamento que nos atrai e as palavras soam como uma música doce.
Chamo-te natureza porque a tua boca é essência e grita com coragem. Chamo-te minha como quem já nada tem para perder e do outro lado, aquele lado inesperado, o silêncio mata-me os encantos sofreados.
Chega o teu olhar primeiro e nele dançam as palavras.
Cada gesto que se segue, quase incorporado na mensagem, desenha esse corpo indelével que marca cada passo, bem cadenciado, e a história ganha vida.
Tu és a palavra que vive no olhar de quem te vê.
A música que toca na memória.
Há palavras dentro de ti que fogem do claustro para dimensionarem a mensagem que surge do nada.
Chamo-te fada, entre harmoniosos olhares, e sento-me na escada que te vejo subir.
Há luz dentro de ti.
E eu oiço-te como meditação.