Olá menina de mil palavras, que te vais desnudando ao olhar de quem te lê.
Há já algum tempo que não tinha necessidade de falar contigo, mas hoje depois de uma insónia daquelas em não preguei olho a noite inteira, também pudera, por aqui ontem fez tanto calor, e eu sem saber o que fazer em mais um dia de folga, onde tudo e todos trabalham menos eu, dormi, regaladamente a tarde toda, fazes o favor de não rir, querias que andasse na rua a queimar os neurónios, era só o que me faltava.
Como te estava dizendo não dormi a noite passada, mas ao contrário de outras noites de insónia, ao fim de algum tempo de infelicidade senti-me feliz, feliz por estar viva, feliz por ter uma imaginação fértil que me transporta para outros mundos e me mostra campos floridos no Inverno.
Tudo isto apenas para te dizer que escrevi em cada minuto de insónia, ah pois tu ainda não sabes, mas ando ás voltas com um romance, um destes dias mostro-te um capítulo, mas do meio da história que é para aguçar o apetite.
Escrevi uns versos também, tenho gostado de escrever o bem-dito romance que nunca mais está pronto, ainda não decidi se o cavaleiro mata o cavalo e fica com a dama, é que esta coisa de pensar que se é escritor é mais complicado do que parece. Voltando aos versos.
É nos versos que me dispo e dispo o mundo, é nos versos que me embalo, que procuro e descubro o amor, são os versos que me saram a alma, que me beijam e me dizem não pares nunca, porque precisamos de ti.
Mas tenho uma mágoa que nunca te contei, queria também ter uma costela que precisasse de mim e que sentisse de peito aberto, que eu também preciso.
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Carta aos meus Leitores.
Estas cartas nasceram pela necessidade que comecei a sentir de me desnudar perante quem me lê. Chega um momento em que quem escreve de maneira assídua como eu o faço, ao mesmo tempo que vou publicando quase tudo o que escrevo na Internet que começamos a sentir uma certa responsabilidade perante os nossos leitores, acho que acontece o mesmo com todos aqueles que se dedicam á escrita, de forma séria, e que sabem que sem a escrita parte da sua vida deixaria de ter sentido.
Um dia farta de escrever e manter em segredo que gostava de o fazer, porque na altura escrevia poesia, ou melhor, fazia umas quadras de vez em quando, abri o Blogue, Escrita Trocada, o mesmo que mantenho desde o dia 29 de Setembro de 2007, aí comecei a publicar tudo o que ia fazendo, só mais tarde entrei no site Luso Poemas, comecei assim a gatinhar na escrita, ao fim de algum tempo já dava passos mais ou menos debilitados, desde o começo que as pessoas que entram no meu blogue me deixam mensagens de incentivo, algumas fazem-no por mail, isso deu-me força para me tentar superar em cada poema escrito, em cada quadra e mais tarde em cada soneto, hoje passado este tempo todo tenho plena consciência que foram os meus leitores, a grande maioria anónimos que me ajudaram a ser o que vou sendo na escrita, aprendi imenso nestes quase três anos e muito me falta aprender ainda, porque tenho consciência que quer seja na escrita ou noutra faina qualquer nunca sabemos tudo, muito pelo contrário sabemos sempre muito pouco, o mundo evolui com uma força estonteante e nós somos diariamente ultrapassados por ele.
A única interacção que mantenho com quem me visita no Blogue é através dos escritos que vou publicando, pois decidi desde o primeiro momento não responder a comentários no blogue, uma das razões, é que acho que a poesia muda de textura aos olhos de cada um, e eu ao contrariar ou apoiar um comentário iria criar um novelo de opiniões, todos sabemos que grande parte dos leitores dos Blogues, o faz precisamente por poder entrar em dialogo, digamos assim, com o autor e com os outros visitantes, eu queria sentir se realmente valia a pena investir nesta cruzada, essa também a razão de não responder a comentários.
Hoje tenho plena consciência que sim, que fiz a escolha certa.
Sinto assim a necessidade de me dar a conhecer um pouco mais, se mais não fosse seria pelo respeito, que todos os que me visitam nos mais variados sítios, onde vou publicando me merecem. O autor ao escrever poesia ou prosa veste-se de mil fatos e encarna mil personagens para transcrever o meio que o rodeia, contudo não acredito na teoria que o autor é um e o homem é outro, não, isso para mim não passa de retórica intelectualizada por quem quer escrever á sombra de alguma coisa, que me desculpem os que discordarem desta minha visão, autora e mulher são uma só pessoa, a mulher sou eu, a autora só escreve aquilo que eu quero que ela escreva, pode escrever sobre histórias verídicas ou ficção, mas escreve tão somente a minha visão sobre determinado assunto, seja amor ou ódio.
Tudo isto para dizer o meu muito obrigado a todos vocês que me lêem, para com todos vocês tenho algumas obrigações, e uma delas é que conheçam a mulher por detrás de cada verso, a outra é tentar manter uma escrita séria e construtiva, tentar mexer com a mente e o coração de quem me lê, acho que essa deve ser a missão de quem tem o dom da palavra, se Deus nos dotou com determinado dom, então vamos fazer desse dom uma arma, certamente não mudaremos o mundo nem mentalidades, mas quem sabe não fica uma semente.
Mas não pensem com isto que vão ficar a saber tudo, não queriam mais nada. Beijinhos a todos.
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...