Quando delineia na boca um batom vermelho
E no pescoço derrama um perfume floral
Experimentando um modelinho preto diante o espelho
Sei que terás as atitudes de um anjinho infernal...
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São coisas de fêmea, esmeros atrativos
Engodos preciosos que podem me desorientar
Atraindo aos meus instintos primitivos
Como os de um lobo preparado para caçar...
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Já imagino lambuzando-me na sua boca, in natura
Tendo o seu batom marcando ao meu peito
Parecendo dar a este momento sua assinatura
Eternizando todo prazer que me tenha feito...
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São coisas de fêmea que logo aparece no olhar
Como um desejo sob um desejo em plena mutação
Multiplicando-se no amor, quando o orgasmo chegar
Tanto faz na língua, na pele, no coração...
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E deste jeito, ela brinca com a minha imaginação
Dizendo-se ser a rainha do meu castelo imaginário
E faz que por ela, eu enfrente o fogo de um dragão
Dizendo-me que para sempre eu serei seu templário...
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São coisas de fêmea, que agem na minha individualidade
Quando pelo quarto escuro, tateia-me com ousadia
Deixando pela sua camisola, os seios em liberdade
Pedindo mais que os meus beijos entre sua virilha...
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Então isso vai tornando-se um alucinante vicio
Eu quero, você quer, é bem mais que uma sensação
E sim um efêmero indeterminado, que não tem início
Mas que sempre acaba pelos dedos de minha mão...
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São coisas de fêmea, que contigo eu vou aprendendo
Ensinando-me quando quer mais que beijos de amor
Fazendo-me entender o que sua pele está me dizendo
Quando desejas que eu sua terra, eu fixe a minha flor...
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E esta é uma única flor, e que lhe arranha sem machucar
E que exala o perfume, com o nosso suor a verter
Molhando a pele, que nenhum calor consegue secar
O quanto mais o teu desejo eu possa deter...