Quando o "ter" se sobrepuser ao "existir"; quando o "ser" for literalmente atropleado pelo "parecer"; quando os aspectos fúteis espremerem o sumo das maduras frutas da boa vontade - já o Homem não será chamado como tal; já a componente sentimental que lhe é própria será substituida por imparcialidade; já a ordem será caos.
Segundo as leis da Natureza, o Homem está determinado a viver para si e para o próximo, em sociedade. Posto isto, e sendo o Homem um ser natural, é completamente contraditório e oposto ao normal fluir da barra cronológica, que estes valores não sejam conservados. Uma das condições básicas de viver com o próximo é a capacidade de lhe proporcionar felicidade e, para que isso aconteça, a verdade, a honestidade e o altruísmo devem reinar no império mental de cada um, estando-lhes intrinsecamente incutidos.
A escassez do conhecimento no que respeita àquilo que um indivíduo pode fazer para a felicidade do outro só vem, na minha opinião, ilustrar a precariedade do pensamento humano com o qual as sociedades actuais são inundadas - só comprova que valores altruístas se desvaneceram face ao emergir do egoísmo.
Assim, se o homem fosse Homem, e se soubesse o que fazer para dar felicidade ao outro, o mundo não seria melhor (porque é absurdo compararmos opostos), mas sim natural.