O vazio de valores das sociedades ocidentais conduziu a uma preocupação obsessiva com a fama, o dinheiro e a imagem. Esta realidade
traduz-se na tristonha brisa cuja insuficiente harmonia não acalma, de todo,
o trémulo velho grato pela ingratidão que a sua lida lhe havia proporcionado;
assenta, assim, num campo repleto de edifícios alicerçados no protagonismo,
na inveja, na busca de interesses e no ridículo, porém real, combate pela
destratificação e unificação das classes sociais.
Actualmente, uma rosa não transplandece beleza pela sua proporção elegante e carácter discreto, pelo contraste acertado de cores, pelo valor que
tem e constitui no reino vivo; na verdade, nos dias correntes, uma rosa é bela –
e pode ser considerada na generalidade como tal – se, à luz de uma abelha polinizadora hierarquicamente superior aos demais seres, esta apresentar as características necessárias para que possa ser considerada como bela,
fazendo com que passe a ser uma referência do reino vivo em questão.
Uma vez mudando, o mundo terá de ser apenas mais uma pequena rocha cuja pressão infligida na mesma pela água fará com que acompanhe o movimento da íngreme cascata, cujo percurso tende para o desconhecido. Mas quando, assombrados pela capa caótica do mau aproveitamento da inteligência, a corrente parar, estarei algures a escrever o que acabo de escrever.