Tardam as horas, que passam lentas
Tarda o cantar do galo
As manhãs floridas, uma raposa
Fica presa na retina
De quem espera na madrugada
Que o sol nasça, ao sul
Tardam os dias felizes
Alegres como petizes
Tardas tu ao meu olhar
Teima a lua em minguar
E o céu a ficar estrelado
O sol a tostar o trigo ondulado
Tardo eu a vislumbrar
A tua sombra na estrada
Uma aguarela desenhada
Que conduz ao paraíso
Aquele que um dia pintei
No meio da planície imensa
Uma casa branca, desenhei
Lá ao fundo um loureiro
Mais abaixo o ribeiro
Onde iremos lavar a alma
Pintei também uma ameixeira
Com ameixas suculentas
Acolá uma oliveira
Onde adormecem poetas
Debaixo da sua sombra
Num dia de calmaria
Desenhei á luz do dia
O teu sorriso
Ao olhares a aguarela
Onde estendi o paraíso.
Antónia Ruivo
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...