Poemas : 

Sapatos Velhos

 
Open in new window

Essa noite, eu calcei sapatos velhos que me deram,
meus pés entraram meio apertados
mas o conforto veio quando
caminhei pesado pelo meu quarto.

E um vento árido do tempo
me disse que os mesmos sapatos,
de boa grife, e que jamais acabam,
me seriam propícios em minha jornada.

Que eu caminharia torto sobre estradas limpas
e nos caminhos tortuosos eu me selaria gauche.
Mas os sapatos, mesmo empoeirados,
jamais se gastariam como eu à minha alma.

Por fim, serviriam a contento, para enfeitar
meus pés, junto com as flores de meu caixão.

E os sapatos, de boa grife, e que jamais acabam,
nem os vermes comerão!


São Gonçalo, 27 de julho de 2010.

Poema Inédito

 
Autor
RomuloNarducci
 
Texto
Data
Leituras
1464
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 30/07/2010 12:29  Atualizado: 30/07/2010 12:29
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: Sapatos Velhos
muito bem. esses sapatos que aqui entendo como cuidado consigo próprio e com os outros deixarão boas memórias, saudades talvez.
gostei.
beijo